UNIVERSIDADE NÃO NEGOCIA VALORES DENTRO DAS POSSIBILIDADES DOS SEUS EX ALUNOS BOLSISTAS, MESMO SENDO ISENTA DE PAGAR IMPOSTOS AO GOVERNO POR CONTA DA FILANTROPIA
A SEGUIR, CARTA ABERTA DENUNCIANDO AS PRÁTICAS TERRORISTAS DA INSTITUIÇÃO
Carta aberta escrita por dois ex- bolsistas da PUC/SP
Esta carta nasceu frente a necessidade de divulgar a política de terror instaurada pela PUC/SP contra ex bolsistas da universidade.
Estudamos na PUC/SP no final dos anos 90, concluindo o curso de História já no início do século XXI. Durante grande parte do curso, obtivemos a modalidade de bolsa restituível, uma vez comprovada carência que impossibilitava o pagamento das mensalidades.
No ato da conclusão do curso, fomos informados na então VRACOM (Vice Reitoria Comunitária) que, caso não pudéssemos arcar com o valor da restituição que seria cobrado a partir de um ano decorrido da formatura, todos os tradicionais canais de negociação da universidade estariam abertos.
Decorrido então este período, uma série de mudanças começaram a se desenhar na universidade. A partir de 2003, realizamos uma série de propostas de pagamento da dívida, dentro de nossas possibilidades - inclusive comprovando nossas rendas mensais, incompatíveis com os boletos que passamos a receber.
Em nenhum momento as nossas propostas foram aceitas. Concomitantemente a isso, a PUC sempre recusou - se a reconhecer que, neste caso específico, existe um casal devedor, e não dois indivíduos. Mesmo comprovando que nos casamos em cartório no ano de 2002, a instituição recusou - se a estabelecer uma negociação coletiva, desconsiderando que as duas dívidas juntas afetam a mesma renda familiar. A última proposta que fizemos foi entregar nosso automóvel - único bem que possuímos - para saldar parte das duas dívidas e tentar um pagamento compatível com nossas rendas do restante do valor. Mais uma vez, nossa proposta não foi aceita. As condições de pagamento impostas pela universidade sempre beiraram a nossa própria renda mensal.
Neste mês de fevereiro, meu esposo foi acordado por um oficial de justiça que trazia uma ação monitória, em curso de execução no valor de R$39.000,00. Comparecemos à PUC para mais uma tentativa de negociação, mais uma vez encontrando grande inflexibilidade por parte da instituição. Descobrimos então que o total da dívida de meu esposo chega ao valor de R$70.000,00, e que, já estou sendo executada também no valor de R$ 13.000,00, devendo um total de R$60.000,00. Mais uma vez, a universidade não reconhece nossa união legalmente registrada, não reconhece nossa situação salarial, tampouco divide em parcelas acima de 36 vezes, sem contar que exige uma entrada com valor – para cada um de nós – muito acima do que vale o nosso veículo, por exemplo. Caso não paguemos a dívida, nossas contas bancárias serão bloqueadas e todo o salário depositado nelas será resgatado pela PUC. Após esta medida, nossos fiadores – no caso, nossos pais – passam a correr um risco eminente de perderem seus únicos imóveis que utilizam como moradia. Segundo informações fornecidas pela própria instituição, as nossas vidas estão nas mãos do CONSUN (Conselho Universitário), podendo aceitar ou não novas propostas de negociação.
Para demonstrar o caráter do terrorismo institucional que estamos sofrendo, vale a pena notificar alguns aspectos de suma relevância. Quando do nosso último comparecimento no setor de cobrança, foi absolutamente negado o acesso aos nossos prontuários, contendo todas as provas de que realizamos propostas de pagamento ao longo dos anos – inclusive uma série de manuscritos realizados nas folhas padrão da antiga VRACOM. Também houve recusa para fornecer a planilha de dívida da bolsa restituível, com detalhamentos para sabermos, dentro do valor totalizante, o que realmente faz parte da dívida, o que é multa e o que é juros. Fomos informados de que deveríamos tentar receber isso por email, podendo levar até 10 dias para obtermos resposta – tempo curto para quem tem apenas 15 dias para se defender de uma ação judicial de execução. Além disso, durante as conversações ainda sofremos atitudes preconceituosas por nossa opção de lecionar apenas em escolas públicas. Isso ocorreu devido à informação que revelamos sobre nossa renda mensal, que considerada muito baixa pela parte credora, ainda questionou porque não trabalhávamos mais.
Devemos encarar estes acontecimentos não apenas como um caso isolado que afeta apenas a vida particular de duas pessoas. É evidente que, caso soframos todas as conseqüências que a instituição pretende aplicar, nossas vidas serão absolutamente desfiguradas, perderemos toda a identidade que levamos anos para construir. Mas, mais do que isso, trata – se de um processo muito maior do que a vida de um indivíduo. Trata – se da criminalização daqueles que optaram por construir uma sociedade mais igualitária através dos serviços públicos e que, além de serem punidos por péssimas remunerações pelo Estado burguês que os empregam, ainda sofrem retaliações por parte do capital das empresas privadas. Criminalização também da pobreza, pois, vivendo em um país em que a burguesia dificilmente é punida por seus crimes, a população pobre devedora é tratada como autora de atos de banditismo, sem chance sequer de defesa e negociação.
Convocamos a todos que se indignam frente às injustiças provocadas por um sistema que optou pelo capital e se esqueceu do ser humano, para entrar nesta luta de resgate dos valores comunitários, democráticos e que possam construir uma sociedade em que “o livre desenvolvimento de cada um signifique o livre desenvolvimento de todos”.
Como uma pessoa de Fé e Ação, lamento a atitude negativa da instituição.
ResponderExcluirOs religiosos recebem terras, isenção e a simpatia das pessoas. Teriam que trabalhar com a caridade com os abandonados.E mostram apenas riqeza e ostentação.
Esses PORFESSORES têm o direito de serem tratados como CIDADÃOS ddo nosso País. Comparem o rendimento salarial de um docente com qualquer político que nada faz.
Pelo amor a Deus, repensem nessa negociação que no momento é impagável.
Grata,
Terezinha Aparecida Sávio - Professora
CAMARADAS!!!
ResponderExcluirÉ VERGONHOSO UMA ISNTITUIÇÃO COMO A PUC DIRETAMENTE LIGADA AO RICO VATICANO TRATAREM BRASILEIROS E TRABALHADORES DESSA FORMA. COMO PODEREMOS CHAMAR ESSA INSTIUIÇÃO DE PONTICIFICE UNIVERSIDADE CATÓLICA? POR ISSO VAMOS PERDENDO MAIS ESPAÇO PARA OS MEDIEVAIS CRISTÃOS, MAS NEM DISSO EU GOSTO. ACHO QUE ESTÁ NA HORA DE MOSTRAR A VERDADEIRA FACE DA PUC E QUEM ELES QUEREM FORMAR!!!
NA LUTA SEMPRE
SERJÃO
Arrasou!!! Tratam a gente como lixo urbano!!
ResponderExcluirOlá Alessandra. Recentemente tive a minha conta bancária bloqueada por conta da Universidade. Entrei em contato para negociar e ter o valor retirado de minha conta de volta. Disseram que isso era impossível, uma vez que se tratava de uma ação judicial. Eles foram flexíveis quanto às minhas propostas de pagamento e fizemos um acordo que durará no mínimo três anos a partir de janeiro de 2011. Uns dias depois, uma oficial de justiça veio à minha casa perguntar se eu concordava com o valor que fora retirado de minha conta. Como eu já havia negociado e eles tinham se mostrado flexíveis com minhas propostas, deixei pra lá. Descobri que vcs podem não concordar com o bloqueio da conta. Então companheiros, procurem o mais depressa possível a justiça burguesa para não passarem pelo o que passei.
ResponderExcluirSaudações Socialistas!!!
Elaine
A PUC-SP virou BANCO!
ResponderExcluirOlá, sou uma das muitas e muitos ex-bolsistas da PUC-SP, agora, parte do cadastro de mal pagadores do SERASA, instituição esta, que a PUC-SP fez convênio para destacar seus devedores para a sociedade.
Entrei em contato várias vezes por e-mail e por telefone com a instituição. O que recebi foi "a sua divida é essa, segue o boleto para as devidas providências".
Tentei por várias vezes estender o prazo da dívida, assim, reduzindo o valor do boleto, pra que eu pudesse de fato honrar com meus débitos mensais. E a resposta sempre foi:"a sua divida é essa, segue o boleto para as devidas providências"
Enfim... de um modo humilhante, semana passada, na mesma instituição que a puc-sp concentra as Suas dividas, numa entrevista de emprego, o gerente me deu uma notícia "agradabilíssima": "seu nome tem pendências, senhorita"
E foi assim que soube que meu esforço de pagar a PUC-SP a cada três meses com os bicos que faço não valeram de nada.
Sem contar o valor de quase R$ 900,00 - referente a 50% do curso de economia, que na época custava por volta de R$ 600,00 (integral).
Realmente é uma mágica! Ou mesmo, os cálculos mirabolantes do Banco PUC-SP.
Enfim, proponho um movimento organizado dos ex-bolsistas.
Não me nego a pagar.
Só que, como é que eu pago se não consigo emprego pelo fato do meu CPF estar com pendências?
Não sou mágica como a Pontifícia é.
Pessoal, vamos unir as forças mesmo! Ano passado tentamos reunir alguns, temos um blog http://crisepucsp.blogspot.com e um YahooGrupo - http://br.groups.yahoo.com/group/ex-b-restituivel/join
ResponderExcluirMas não sei porque sinto que a galera do nosso grupo desanimou, não sei se é por causa dos oficiais que começaram a aparecer... repassei o artigo para o grupo para ver se anima mais...
Mas vamos no falando, além do blog e Yahoogrupo, meu e-mail se precisar é celioishikawa@yahoo.com.br
Podem contar comigo! Tô na mesma!
ResponderExcluirBjs, Carol
acmayres@hotmail.com
Olá, outra vez!
ResponderExcluirDepois de ler e reler o que escrevi, gostaria de comentar o trecho em que digo: "Só que, como é que eu pago se não consigo emprego pelo fato do meu CPF estar com pendências?"
Acho que a gente não pode falar as coisas pela metade. As vezes, fica por aquilo mesmo. Como se tudo fosse simples de ser resolvido.
O fato é que um CPF sujo pra algumas pessoas é um problema. Para outras, um problema A MAIS.
Desde que estava prestes a me formar, passei aos poucos, a me distanciar das atividades do centro acadêmico para começar a me preocupar com o tão sonhado emprego de carteira assinada ou mesmo um desses treinees da vida.
Dali, parti para diversas entrevistas onde cada vez mais, passei a me preocupar.
o fato é que sempre que eu ia até as empresas, nas ultimas etapas em que você tem que conversar com os tais "gestores das vagas", depois de alguns dias, no meu e-mail, o feedback me informava que "você não tem o perfil da nossa empresa/vaga".
Ok! Resumindo isso, nunca estagiei ou trabalhei numa empresa grande, seja ela brasileira ou multinacional.
A unica que consegui foi a Contax - call center.
contratação em massa. Onde ninguém vê o colaborador, como eles chamam, só ouvem a voz.
Sempre (muito antes) fui contra as cotas.
Sempre (sempre) acreditei na MINHA capacidade.
Sempre (e até hoje) tenho dificuldades de acesso ao mercado de trabalho.
Nunca me arrependi tanto de ir contra uma corrente como fui na Universidade, onde tudo parecia ser lindo.
E Nuca mais eu digo que no Brasil as oportunidades são mesmas para todos!
Meu CPF sujo é mais um detalhe. E na desculpa deles, agora, tem mais um motivo.
Resposta a um docente da PUC-SP.
ResponderExcluirProfessor, não sei se o meu caso é diferente dos outros. O que eu sei é que a PUC não quer conversa. Acho que uma negociação é menos nocivo do que uma dívida nunca paga. É disso que falo. Não tem nexo a instituição botar todo mundo no Serasa sem diálogo. Pra mim, isto deveria ser um instrumento de ultima instância. Ou seja, utilizado depois de diálogos, acordos e etc., essa maneira está errada! Não consigo entender, Sinceramente. A PUC (ainda) é uma instituição de respeito que não respeita! Professor, não vejo isso com bons olhos... A PUC vem tomando certas diretrizes que não me agrada. Essa radicalização não é só com os alunos. Os professores e funcionários já passam por isso. O que está instituição está se tornando? Não consigo decifrar. O mais próximo que chega da minha concepção é um banco. Estamos perdendo a aquela PUC de caráter comunitário. E o pior é que ninguém da tal GESTÃO se importa. Tudo isso em favor da tão almejada estabilidade financeira... uau! A PUC com a casa arrumada e dinheiro no bolso. É isso que a PUC quer, afinal? Enfim... O problema, como eu disse na minha postagem, é maior do que um CPF sujo. E pra falar a verdade eu nem me importo com isso. Perdi o gosto por muitas coisas. Não tenho (mais) grandes ambições. Porém, o que hoje verdadeiramente me importa é entender o porquê de tanta degradação... Professor, não é fácil existir (filosoficamente dizendo). E mais difícil ainda, é existir num país em que as ditas oportunidades para todos, não são as mesmas. E principalmente, associado a isso, a coerção de um sistema cada vez mais voraz; A PUC-sp é o próprio...