Durante muitos anos a PUC/SP carregou a fama de uma universidade que, apesar de privada, conservava um caráter comunitário. Essa característica foi concretizada ao longo dos anos por uma série de práticas e acontecimentos que respaldaram setores mais vanguardistas da sociedade. Em 1977, abrigou o III Encontro Nacional de Estudantes (ENE), cujo objetivo maior era reorganizar a UNE (União Nacional dos Estudantes), então na ilegalidade. O episódio culminou na invasão da universidade pelos militares. Nos anos 80, a PUC/SP teve presença marcada nas “Diretas – Já!”. Em 1985, o filme “Je vous salue, Marie”, de Jean – Luc Godard, então censurado no Brasil, foi exibido clandestinamente por alunos da universidade. Nos anos 90, o “Fora Collor” ganhou forças entre a maioria dos estudantes e professores. Some – se a isso a política de bolsas praticada pela instituição que, sendo filantrópica, permitia o ingresso e permanência de muitos estudantes egressos das periferias dos centros urbanos. Tudo isso fazia com que a PUC/SP fosse uma universidade privada com cara de pública.
A PUC/SP entrou no século XXI negando a sua história. Realizou um imenso corte de pessoal, demitindo antigos funcionários, mestres e doutores. Entregou sua administração nas mãos de grandes banqueiros e escritórios de cobrança fechando definitivamente seus canais comunitários de negociação. E assim, passou a perseguir seus ex - alunos em dívida com a universidade, vetando qualquer tipo de negociação, movendo processos judiciais tão pesados que muitos burgueses que cometeram crimes hediondos não sofrem. Dessa forma, a prática da PUC/SP hoje resume – se a perseguição de estudantes, demissões em massa, precarização das condições de trabalho e criminalização da pobreza.
http://www.pstu.org.br/movimento_materia.asp?id=12469&ida=0
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